Se perguntarmos a algumas pessoas se estão doentes ou saudáveis, elas de primeira instância não saberão o que responder sobre estar com saúde, pois só acreditam estar saudáveis a partir de resultados clínicos, porém se sentem mais confiante sobre saber se está doente ou não, pois atribuem a doença a dores e sintomas. Referimos a saúde e a doença como campos opostos, como coisas totalmente distintas, mas vamos tentar associar esses dois conceitos para entender melhor este vasto campo da saúde coletiva.
Enxergamos a doença como algo negativo, algo que está fora dos padrões no nosso corpo, seja uma dor, um desconforto ou até mesmo resultado de exames que estão fora da “normalidade” e saúde como uma coisa positiva, o completo funcionamento do nosso corpo, que neste caso é comprovado a partir de exames. Mas analisemos que para se ter saúde devemos “eliminar”, curar a doença e partir daí podemos correlacionar estes dois termos.
Devemos saber como se traduz as formas de expressões das experiências a partir do processo saúde/doença, cada pessoa sente e tomam atitudes diferentes com relação a estar saudável, ou seja, a minha concepção de saudável não significa que será a mesma que a sua. É uma questão de razão prática e não da razão instrumental. Não se trata de encontrar os meios adequados aos devidos fins, mas da decisão a partir de possibilidades postas, quais fins querer e quais meios escolher. A experiência da saúde envolve a construção de nossas ideias de bem-viver e de um modo conveniente de buscar realizá-las na vida em comum. No entanto deve-se produzir soluções sob o ponto de vista de ambos (profissional da saúde e população), para a prevenção, superação e recuperação de doenças. O objeto nesse caso não é o indivíduo ou a população.
Ana Paula
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